Autor Carla Lourenço - Semanário O Algarve - 26.Nov.2010
(Ver Jornal)
Vereador David Martins fala em «moção de censura» ao executivo de Desidério
Os deputados sociais-democratas da Assembleia Municipal de Albufeira chumbaram, no passado dia 18 de Novembro, a proposta do executivo «laranja» de Desidério Silva, que previa ao aumento de todos os impostos municipais. Recorde-se que as medidas foram recusadas por unanimidade.
Não avançam, portanto, o agravamento do IMI para 0,7 por cento, sendo que a derrama sobre o IRC também não foi aprovada e o IRS, a fixar pelo município, continuará em zero por cento e não nos três pretendidos.
Presidente desdramatiza.
Desidério Silva garantiu ao semanário «O Algarve» que não vai entrar “em nenhum processo de confronto” e assegura que este chumbo “foi uma situação pontual”.
“É um processo que tem de ser tratado dentro do partido e já foi esclarecido. Partir para o confronto era entrar no jogo do adversário. Temos de ir aprendendo com algumas situações”, diz o presidente da autarquia que acrescenta ainda que o trabalho que os seus executivos têm feito “falam por si”. “Tenho agora outras preocupações, nomeadamente com as questões sociais”, conclui.
“Moção de censura”.
Já o vereador socialista David Martins defende que o “chumbo que o presidente sofreu” permitirá tirar algumas elações políticas. “Será que, depois desta situação em que todos os partidos, incluíndo o que suporta o executivo, votam contra uma proposta do presidente, se podem tirar algumas conclusões? Numa lógica nacional, este chumbo equivale a uma autêntica moção de censura”, afirma o ex-deputado.
David Martins assegura ainda que tem consciência das dificuldades financeiras e que a sua posição “não é demagógica”, defendendo, em comunicado, que é “evidente que o caminho a seguir na gestão municipal em Albufeira não é o de agravar impostos, mas sim o de conter e reduzir a despesa supérflua e populista, garantindo que os recursos sejam canalizados para investimento e para políticas sociais”.
O mesmo comunicado assegura ainda que “o sentimento geral de rejeição e repúdio ao aumento de impostos municipais proposto por Desidério Silva, que tem dado lugar às mais diferentes manifestações de repúdio, tanto com origem na comunidade e em movimentos de cidadãos, como por parte do Partido Socialista, levou à reprovação, por unanimidade, das propostas do executivo municipal que pretendiam agravar a carga fiscal”.
O único vereador socialista disse ainda ao semanário «O Algarve», que teme que Desidério Silva não cumpra o mandato para que foi eleito. “Torna-se por demais evidente que a gestão de Desidério Silva está cada mais distante dos munícipes, tanto no que se reporta à distância física, pois as ausências do município por parte do presidente são mais que muitas, como no que se reporta às políticas e às soluções para os problemas do concelho”, acrescenta.
Por fim, os socialistas defendem ainda, em comunicado, que “este recuo deixa-nos mais um desafio e um combate: o tudo continuar a fazer para impor a revogação do novo Tarifário de Prestação de Serviços de Abastecimento de Água, Colecta de Águas Residuais e Recolha de Resíduos Sólidos e do novo Regulamento de Taxas e outras Receitas do Município e respectiva tabela, os quais sujeitam os munícipes ao pagamento de taxas altíssimas e injustificadas sobre todos os serviços prestados pelo município de Albufeira”.
